Sabe aquele cheirinho de café passado na hora? Aquele abraço apertado de quem você ama, com estalinho de coluna? Ou o barulhinho da chuva caindo enquanto você está debaixo do cobertor, com meia no pé e nenhuma nuvem negra na cabeça? Pois é. Isso, minha amiga, meu amigo, é pura riqueza!

Vivemos numa pressa danada, correndo atrás de algo grandioso — um cargo, uma casa, um carro, muito dindim sobrando. Mas, no fim das contas, o extraordinário costuma se esconder no ordinário.

Um pão quentinho com manteiga derretendo, por exemplo, pode ter mais poder de cura e significado do que muitos discursos motivacionais. E olha que já ministrei muitas palestras, estudei para impulsionar e ajudar pessoas com neurociência e ferramentas de desenvolvimento pessoal — mas nunca deixei de lado aquele bolinho com canela e chocolate quente como sugestão.

A vida é feita desses momentos microscópicos que, quando vistos com gratidão, viram milagres. Um “bom dia” sincero, um “cheguei bem” no WhatsApp, ou aquele amigo que, ao saber que estamos chateados ou tristes, manda um recadinho: “estou aqui.”

A gente se esquece que só de acordar já estamos ganhando. Tem perrengue? Tem — e como tem! Às vezes, são tão abusados que se jogam no nosso colo sem pedir licença. Tem boleto? Também. Mas se ainda temos olhos para ver a cor do céu, ouvidos para rir de uma boa piada e braços para um cafuné bem dado… ah, que privilégio!

Então, da próxima vez que a vida parecer simples demais, agradeça. Ela pode estar exatamente como deveria: cheia de coisas pequenas que fazem um bem danado. E se tu não valorizares o que pequeno te parece, como chegar ao grande que merece?

Desejo que você tenha, meu amigo leitor, muitas boas pequenas grandes coisas por aí!