
Trago hoje esse tema por sugestão de uma amiga — Quem nunca conheceu um casal que parece ter saído de dois planetas diferentes? Um é o foguete: fala, gesticula, planeja dez coisas ao mesmo tempo e acha que silêncio é defeito de fabricação. O outro é mais da família da tartaruga: gosta de paz, conversa em parcelas e acha que pressa é só para comida quente.
E aí começam as cenas de comédia da vida real:
Na hora de sair: um já está pronto, perfumado e esperando há meia hora; o outro só resolveu levantar do sofá quando ouviu o barulho da chave na porta.
Na conversa em grupo: um fala tanto que até o eco pede folga; o outro solta três palavras no máximo, mas quando fala, derruba a plateia de rir.
Na hora de assistir a série: Um maratona a temporada inteira em dois dias. O outro leva três meses, pausa, lê legenda, pergunta “quem é esse mesmo?”. E quando finalmente concordam num episódio juntos, alguém cochila. Adivinha quem?
Na cama, um ronca como motor de caminhão. O outro dorme leve… leve a ponto de ouvir até o suspiro do vizinho.
Na organização da casa: um quer agenda, post-it e até planilha do Excel; o outro acredita que “a vida é muito curta pra perder tempo dobrando meia”.
E tem o clássico: um ama festa, o outro ama sofá.
Na hora da briga: um faz discurso de dez parágrafos; o outro encerra com a frase: “tá bom”.
E adivinha? Dá certo. Porque no fundo, casais de perfis diferentes vivem um equilíbrio meio atrapalhado, mas delicioso que serve como um tempero, se bem administrado, na relação. O agitado aprende a desacelerar. O calmo descobre que pode ter emoção além de assistir futebol e juntos eles riem das diferenças — principalmente quando percebem que, sem elas, a vida seria sem graça como beber caipirinha diet com petisco de chuchu.
E um relacionamento pode ser assim: uma mistura de ritmos, sotaques emocionais e manias incompatíveis, que acabam se completando. E se tu ainda dúvidas, é só lembrar — se até a tomada e o plug funcionam sendo tão diferentes, quem somos nós pra duvidar desta conexão que também cria energias múltiplas, com destaque para a gestão da sustentação e valorização do amor como objetivo final.
Um casal igualzinho também deve ter muitas desconexões e ajustes – dois falantes que, no final, não se escutam, dois calados que não se conectam… Dois controladores que brigam por causa da agenda. Dois desligados que esquecem até a data do casamento.
No fim, o segredo de um relacionamento feliz não está em serem parecidos ou opostos, mas se escolherem todos os dias, caminhar lado a lado mesmo após se irritar muito, porque sabem que virá, em seguida, o riso também. Isso acontece com o desenvolvimento da paciência e cumplicidade que são elos que transformam diferenças em complemento e semelhanças em união contribuindo, significativamente, para a solidificação do amor que tudo supera e que em tudo prospera.