
Imagine uma mesa de bar, ou quem sabe uma sala de reuniões, onde se sentam, lado a lado, um veterano da Geração X, um milênio (sim, aqueles chamados de “mimados” há alguns anos), um representante da Geração Z essa turma que nasceu com o Wi-Fi no berço e, chegando de mansinho, a nova geração Alfa, que ainda nem terminou de decorar o alfabeto, mas já manda bem nos comandos de voz da Alexa. Aqui posso destacar que me enquadro na geração y os milênios, e acredito que essa geração seja a que melhor traduz esse caldeirão de transformações.
O curioso é perceber como essas gerações, mesmo vivendo sob o mesmo céu, muitas vezes parecem habitar planetas diferente, e não é exagero. Cada uma foi moldada por seu tempo, seus avanços tecnológicos, suas crises, suas guerras e, claro, seus sonhos.
A Geração X (nascidos entre 1965 e 1980) cresceu sob o mantra do trabalho duro, para eles a estabilidade, carteira assinada e plano de saúde eram sinônimos de sucesso. Já os milênios (Y, nascidos entre 1981 e 1996) começaram a quebrar esse paradigma. Testemunharam o surgimento da internet, sofreram com a precarização do mercado e abriram mão de alguns dogmas, buscando mais propósito do que crachá e sucesso profissional.
Aí chega à Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), que olha para tudo isso e pergunta: “Preciso mesmo estar numa empresa das 9 às 18?” Eles priorizam a flexibilidade, o trabalho remoto, os freelas, os negócios digitais e, mais que tudo, uma vida equilibrada, que faça sentido no feed e fora dele.
E vem aí a Geração Alfa (a partir de 2011). Filhos de pais digitais, eles não concebem um mundo sem inteligência artificial, automação e telas. O futuro do trabalho para eles talvez nem envolva mais o conceito tradicional de “emprego”.
Se para a Geração X dinheiro era sinônimo de segurança e patrimônio (casa própria, carro na garagem), os milênios começaram a questionar isso, priorizando experiências, viagens, cursos, gastronomia — em vez de bens.
Os Z são ainda mais desapegados, eles preferem investir em criptomoedas, entender o mercado financeiro por meio de TikToks e gastam mais com vivências do que com coisas. Mas não se engane: também são mais conscientes financeiramente, talvez por terem visto de perto as crises que afetaram seus pais e avós.
A Geração Alfa? Bem, eles já estão sendo alfabetizados financeiramente antes de saberem fazer uma equação, crescem em um mundo onde cartão físico parece coisa de museu e PIX é mais natural que um aperto de mão.
No campo afetivo, as transformações são ainda mais visíveis. A Geração X vem da lógica dos núcleos familiares tradicionais. Já os milênios foram os primeiros a vivenciar sem tanto tabu o aumento dos divórcios, das famílias plurais e da busca pela individualidade.
A Geração Z abraça de vez a diversidade, os amores fluidos, os relacionamentos não convencionais e o conceito de família escolhida. Eles priorizam conexões genuínas, sejam presenciais ou digitais.
Os Alfa, bem esses crescem sem a menor distinção entre mundo online e offline. Para eles, um amigo no Minecraft pode ser tão real quanto o colega da escola.
🪞 E o que fazemos com isso tudo?
Talvez o maior desafio e, por que não, a maior beleza desse nosso tempo seja justamente aprender a conviver. A troca entre gerações é mais do que necessária; é vital. Enquanto uns oferecem experiência, outros trazem inovação, uns valorizam a disciplina, outros a liberdade. Uns querem estabilidade, outros querem movimento.
O futuro não é dos X, nem dos Y, nem dos Z, nem dos Alfa. O futuro é dos que entendem que, quando gerações se encontram, elas não competem. Elas constroem, juntas, algo maior.
E aí, que tal uma ceva... ou uma call, dependendo da sua geração?